Foto: Rom Rodrigues
“As Desmedidas” neste último final de semana, se aventurou numa experiência de viagem rumo a um acampamento roots. Roots é um termo em inglês usado para denominar um estilo de vida de pessoas que desejam viver com menos pressa, aproveitando a vida em sua simplicidade essencial. Desta forma, acredita-se que a experiência existencial ganha mais sentido.
Num mundo em que a correria diária nos suga da convivência conosco mesmas e da convivência em meio a natureza - em suas mais diversas manifestações - é difícil sobrar tempo para descobrir novas paisagens e ampliar as nossas fronteiras.
Uma interessante forma de ampliar nossas fronteiras e descobrir novas paisagens é viajando. Além disso, em uma viagem você vê um mundo novo, e também tem a experiência de ver o mundo através de outros olhares. Sempre digo que o melhor das viagens são as pessoas que conhecemos.
Através de viagens temos contatos com pessoas diferentes das que estamos acostumadas nos nossos círculos cotidianos, e a partir desses contatos surgem muita partilha de experiências, histórias e ideias. Ao voltarmos de uma viagem, temos a sensação de chegarmos mais completas, porque trazemos de volta conosco não apenas a bagagem material, mas um grande acréscimo de evolução espiritual.
Uma pesquisa britânica realizada pela Nuffield Saúde e Agência de viagens Kuoni Trava, mostra quais são os sete benefícios de viajar: melhora a qualidade do sono, reduz a pressão arterial, diminui os níveis de glicose no sangue, melhora a forma física, aumenta os níveis de energia e melhora o humor.
Confesso que acredito que os benefícios de uma viagem vão além desses expostos acima. Só de planejar uma viagem já me deixa de bom humor, pois cria uma expectativa positiva para o que está por vir. As minhas viagens me fazem alguém melhor porque me fazem feliz.
Mas, essa felicidade é fruto da mobilização da minha coragem de ser livre. Quando exerço a minha liberdade de ir e vir de uma viagem, enfrentando o desconhecido e desbravando novos caminhos, crio um horizonte de abertura para o mundo que me torna mais aquilo que eu sou: uma mulher forte, corajosa e livre.
Viajar é ser livre e, liberdade necessita de coragem para exercê-la.
No entanto, para muitas mulheres existem muitos obstáculos que a impedem de fazer viagens a lazer ou por pura necessidade de experiência, sem estar necessariamente sob a tutela de um homem, ou, acompanhadas da família.
Vivemos em uma cultura machista que fragiliza a força feminina ao nos ensinar que somos vulneráveis, e ao nos incutir a ideia de que é perigoso viajar sós, ou que somos más, se por exemplo, deixamos nossas filhas/os aos cuidados de outras pessoas para ousarmos desbravar novos lugares. Toda essa pressão ideológica que nos sobrevém, traz um sentimento de culpa, se decidimos fazer diferente dos roteiros que nos são impostos e buscarmos aquilo que nos fazem felizes.
Mas, como assim, ter culpa por ser feliz? Parece uma contradição: ser feliz e se sentir culpada. Só quem ousou ir além dos limites que nos impõem e sentiu na pele a felicidade proporcionada pela coragem de ser livre, pode saber quais as vozes que ecoam dentro e fora de nós, nos apontado o dedo.
Entretanto, cabe apenas a nós mesmas, vivermos a nossa própria vida e fazermos as escolhas que nos contemplam e nos deixam felizes. Como não somos imortais, não podemos sempre deixar pra fazer depois, o que podemos fazer logo, porque o amanhã pode não existir.
Há alguns anos descobri que a felicidade em si, é inalcançável, mas que a nossa vida é feita de momentos felizes e que, um dos meus momentos felizes é viajar. Desde então, procuro viajar mais e assim, me proporcionar mais momentos felizes.
E você? Já descobriu o que te faz feliz? Se sim, exercite a sua felicidade com coragem!
Joelma Araújo e Ellen Maianne
Texto muito legal e inspirador. Parabéns!
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