Mulher polvo: essa seria nossa versão perfeita?

 




Você já pensou em quantas versões existem de você? Pois é, cada uma de nós temos que enfrentar o grande desafio de administrar nossas diversas versões. As vezes desejamos ser donas de muitos braços e pernas para poder dar conta de tantas atribuições. Somos mães, esposas, donas de casa, filhas, profissionais, estudantes e mulheres. Nossa, quantas funções! Somente enumerar tantas tarefas já é cansativo, quem dirá exercermos essas tantas funções que conclamam de nós o cuidado com as outras e outros. Lutamos tanto por mais espaços no mercado de trabalho e mesmo depois de tantas conquistas, ainda não alcançamos o reconhecimento e respeito que desejamos, pois muitas vezes, mesmo dando o nosso melhor, nos exigem ainda mais, como se precisássemos provar o quantos podemos dar conta. Mas, além do campo profissional, ainda sobra para as mulheres a responsabilidade do cuidado com a administração do lar. Acredito que um dos maiores desafios é a educação das crianças que, em muitos casos, fica a cargo exclusivamente, das mães. Fato evidenciado pela pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, que das 67 milhões de mulheres mães em nosso país, 31% são responsáveis pelos filhos, somando em mais de 20 milhões de mães solteiras. Embora atualmente tenha sido utilizado comumente o termo Pãe, sabemos que esse neologismo não consegue traduzir uma verdade, uma vez que é impossível sermos ao mesmo tempo, pai e mãe. O lugar de mãe já é o bastante1. Sei que muita gente vai discordar de que não seja possível ocuparmos ao mesmo tempo os papeis de pais e mães. Até mesmo porque existem muitos pais ausentes. Mas, quando me refiro à ausência, não defendo que estar presente signifique morar na mesma casa. Acredito que cada progenitora/or, independe do local que resida, tem que ocupar o seu lugar e ser responsável, pois uma criança que sofre abandono afetivo, pode levar esse trauma para o resto de sua vida. Mas se o pai da criança não quiser ser presente na vida da filha/o, o que fazer? Incentive o vínculo paterno, pois, para além dos possíveis problemas de relacionamento entre pai e mãe, deve se pensar no bem-estar da criança. É necessário distribuir as responsabilidades, pois delegando poderes você poderá ser a mãe que você quer ser, com mais leveza e prazer. Diante de tantas funções como ser minha melhor versão de esposa? Independente dos papeis que nos impõe enquanto esposas, ser esposa não é uma profissão e, por isso não precisamos de treinamento ou habilidades especificas para exercemos esta função. A melhor versão de esposa é aquela que você já é. Não precisamos a todo tempo agradar e servir para sermos aceitas enquanto aquilo que já somos. E alguém que compartilhe a existência com você entenderá também as suas necessidades e compartilhará a existência em família com direito não apenas ao bônus, mas também ao ônus. Reconhecer as conquistas diárias, pode ser um caminho interessante para reconhecermos o quanto já fazemos e que não precisamos desejar ser aquilo que não somos, para termos condições de desenvolver mais funções. Se não temos tantos braços como polvo, entendamos as limitações da nossa natureza e tenhamos ousadia e resiliência para sermos aquilo que queiramos ser, sem esquecer de traçar novas metas e novos sonhos. Nunca subestime sua capacidade, pois você é capaz de ter versões maravilhosas de você, sem perseguir o ideal de perfeição.

Comentários