A liberdade de ser quem se é

 




Nesta semana, As desmedidas estreia no YouTube apresentando um programa que leva o nosso nome. Os nomes reservam em si grande importância de identificação pelo qual revelamos aquilo que somos. Quando os usamos, lembramo-nos constantemente de quem somos. Assim, um nome representa a força vital que carregamos e é sob o chamado do nosso nome que nos apresentamos ao mundo enquanto aquilo que somos. Assim, os nomes carregam em si, a essência do que somos. Para justificar o que falo, recorro à língua hebraica ¬– a língua sagrada pela qual foi escrita a Bíblia – que nos mostra que a palavra nome (shem – שם), está intrinsecamente relacionada à palavra alma (neshamá – נשמה ). As duas letras intermediárias da palavra alma em hebraico, formam a palavra nome. Nome e alma se interligam e a sabedoria judaica nos ensina que as letras do nome de uma pessoa são como um cano através do qual a vida é levada ao corpo. Portanto, a palavra shem, nome, tem o mesmo valor numérico que tzinor, cano. Mas, o que isso tem a ver com liberdade? E, aonde As desmedidas se encaixam neste contexto? Para responder a essas questões precisaremos filosofar um pouco. E nos perguntamos: O que liberdade? Liberdade é o exercício de quem é livre. Mas, o que é ser livre? É poder fazer o que quisermos, quando e como quisermos. É no exercício da minha vontade que eu me faço aquilo que sou. Ou, citando Sartre em O existencialismo é um humanismo: “o homem é não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja; como ele se deseja após esse impulso para a existência. O homem não é mais do que o que ele faz”. Essa é a essência da liberdade. Somos livres, quando somos e fazemos aquilo que realmente desejamos. Ser livre é ser você mesma. Mas, o que isso realmente significa? Seja você mesma! Demorei um pouco para entender o que isso significa. Me perguntava: o que é ser você mesma? Se já somos diferentes de todos, não seria redundante clamar por sermos nós mesmos? Entendi ao longo dos anos, que ser você mesma é diferente de parecer você mesma. Ou seja: o movimento de identidade e personificação é algo que começa internamente, para só depois, refletir na corporeidade. Falando de outra forma, ser você mesma é exercitar suas vontades de ser e fazer o que lhe aprouver, sem se preocupar com aquilo que esperam de você. Não precisamos de padrões para nos encaixarmos. Porque toda generalização é burra! E esse é o grande lema Das Desmedidas: não precisamos da sua medida. Nascemos para sermos nós mesmas, antes de ser para vocês, o que esperam que nós sejamos. Mas é preciso entender que assumir a responsabilidade pela nossa existência, significa não esquecer que existimos em co-pertença. Por estarmos conectadas umas as outras, de forma rizomática, o que sou e o que faço impacta também na vida das pessoas com as quais compartilho a existência. Liberdade com responsabilidade é a essência das Desmedidas, que carregamos em nosso nome, a nossa missão existencial. Nos auto afirmarmos enquanto aquilo que realmente somos e realizar aquilo que realmente queremos deve ser um ideal a ser atingido. Chegamos para lhe ajudar em sua caminhada porque é caminhando que se faz o caminho, e se caminharmos juntas, o caminho que antes era uma trilha, se consolidará numa grande avenida asfaltada, que orientará muitas jornadas! Seguimos juntas, juntos e juntxs!

 Ellen Maianne S. Melo

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